Adquirir produtos de qualidade e fazer boas compras no dia a dia é o desejo de 10 em cada 10 consumidores, não é mesmo? Quando o assunto é consumo, no entanto, muita gente acaba associando uma compra satisfatória a um desconto ou a preços baixos.
Saiba, no entanto, que pagar muito barato por um produto ou serviço raramente é sinal de que o consumidor fez, de fato, uma boa aquisição. Em muitas situações, como diz o velho ditado, o barato pode acabar saindo muito caro ao consumidor – resultando em perda de dinheiro, perda de tempo e em muitas dores de cabeça.
Quer descobrir como fugir destas armadilhas e fazer as melhores escolhas na hora de consumir?
Atente-se ao custo total do produto:
A primeira dica infalível para fazer boas compras não poderia ser outra senão atentar-se ao custo total do produto. O motivo de esta ser uma dica tão importante deve-se ao fato de estar diretamente ligada à questão do custo de um produto – e ao seu preço.
Imagine, por exemplo, que você decidiu comprar um ar condicionado para o seu quarto. Neste processo de decisão, você definiu algumas características importantes para a compra: um split tradicional, com sistema de ar frio e quente,com capacidade de 12.000 btu/h, que custe, no máximo, R$ 1,5 mil.
Agora pense que, ao chegar na loja de sua preferência, você encontrou um modelo que atendia a todos os seus requisitos e que custava metade do preço. Nestas horas, é muito possível que você, enquanto consumidor, imagine que “tirou a sorte grande” em comprar o produto que queria por um preço muito melhor do que aquele que estaria disposto a pagar.
Esta sensação, no entanto, é ilusória. Isso porque, neste exemplo, você considerou apenas o preço do item, e não seu custo – que é composto pelo custo de aquisição (preço do produto, instalação e frete) e pelo custo de utilização (que contempla os gastos que irão ocorrer durante o uso do item adquirido, como o custo de manutenção após o término da garantia e o custo do consumo de energia elétrica, por exemplo).
E é justamente por não considerar o custo total de uma compra que o consumidor pode acabar fazendo um péssimo negócio a médio e longo prazo ao comprar um item por seu preço mais baixo – adquirindo, muitas vezes, aqueles produtos comumente apelidados de “elefante branco”.
No caso do ar condicionado, por exemplo, muitas vezes o consumidor acaba se esquecendo de atentar-se aos impactos deste equipamento na conta de luz – que tem condições de fazer seu consumo de energia elétrica disparar, impactando fortemente o seu orçamento mensal. Em diversos casos, este abalo financeiro pode ser tão avassalador que pode fazer o consumidor desistir de utilizar o equipamento no seu dia a dia.
Também é possível que, neste caso, o consumidor acabe negligenciando a importância de escolher marcas consideradas referência no segmento. Desta forma, ele pode acabar comprando um produto mais barato com o objetivo de economizar, mas ter uma grande dor de cabeça após a compra – gastando, por exemplo, com manutenções adicionais antes do previsto.
Para fazer uma compra consciente no seu dia a dia, portanto, jamais negligencie os custos totais da compra.
Mantenha o foco nas suas necessidades:
Com uma quantidade cada vez maior de produtos disponíveis no mercado, não é de se espantar que o consumidor, ao se deparar com duas alternativas de um mesmo produto, opte por aquele que lhe ofereça o maior número de benefícios, teoricamente – uma vez que, na prática, estes “benefícios” não farão diferença em seu dia a dia. Para não cair nesta cilada, é fundamental manter o foco nas suas necessidades – naquilo que, de fato, realmente importa e terá impacto positivo ao longo do tempo.
O exemplo do aparelho de ar condicionado se encaixa perfeitamente nesta situação. Ao tomar a decisão de adquirir um ar condicionado para o quarto, por exemplo, você pode definir todas as características do item e até mesmo definir o custo total da compra, mas pode pecar pelo excesso e pagar o preço por uma escolha ruim.
Imagine que, ao escolher o ar condicionado para o seu quarto, você compre um ar de uma boa marca e um produto com excelente capacidade em btu/h – mesmo que uma capacidade 50% menor fosse suficiente para refrigerar o ambiente. Neste caso, o custo de utilização do produto poderá ser muito maior do que o necessário para cumprir seu objetivo principal – impactando fortemente no seu orçamento todos os meses. Um verdadeiro “elefante branco” para quem decidiu por uma compra sem focar-se nas suas reais necessidades.
No caso dos eletro portáteis, é a potência e a quantidade de acessórios que costumam seduzir o consumidor menos atento – que acaba comprando um produto por impulso, sem avaliar se está, de fato, fazendo uma boa compra. Na hora de adquirir um eletro portátil para a cozinha, por exemplo, o consumidor deve identificar quais acessórios serão, efetivamente, essenciais para o seu dia a dia e se atentar fato de que, quanto maior a potência do equipamento, maior será o seu consumo de energia, lembrando sempre que utilizar energia sem necessidade é jogar dinheiro fora.
Ainda sobre a potência e a decisão de fazer boas compras no dia a dia, é importante o consumidor ter em mente que, em países desenvolvidos – como é o caso dos países europeus, existem normas que desestimulam a fabricação e comercialização de produtos domésticos com alta potência, com o objetivo de manter um bom desempenho do produto e o conforto do usuário – estimulando, consequentemente, o consumo consciente.
Evitar este tipo de comportamento e analisar todos os detalhes que envolvem o negócio, portanto, é fundamental para quem deseja fazer boas compras no dia a dia e não perder dinheiro.
Planeje-se financeiramente:
A última dica infalível para fazer boas compras no dia a dia que eu gostaria de compartilhar com você é manter o seu planejamento financeiro sempre em dia. Isso porque, organizando-se financeiramente, você consegue não apenas aproveitar promoções e bons descontos quando eles aparecerem, mas também escolher o produto que você precisa e deseja sem ter que se preocupar com o preço.
Imagine que seu liquidificador quebrou e não tem conserto, sendo necessário, portanto, adquirir um novo produto. Com o orçamento apertado e sem uma reserva de emergência para suprir custos adicionais em casos emergenciais, por exemplo, você poderá acabar tendo que optar pelo liquidificador mais barato do mercado para não estourar seu orçamento. E, com isso, você corre o risco de não adquirir um produto de qualidade.
Com organização e planejamento financeiro, por outro lado, você poderá optar pelo produto que melhor atender aos seus anseios e necessidades sem ter de escolher o item mais em conta da prateleira, o que, como você já sabe, pode resultar em gastos adicionais no futuro, por conta de consertos precoces, e em dores de cabeça desnecessárias.
O planejamento em relação ao dinheiro também vale para situações previamente estabelecidas. Pensa em trocar de carro ou renovar os eletroportáteis da sua cozinha no ano que vem? Então coloque todos estes desejos no orçamento e organize-se para fazer boas compras sem se endividar.
Praticar o consumo consciente, organizar-se financeiramente e analisar diferentes pontos importantes relacionados à compra antes da tomada de decisão são alguns dos hábitos que podem ajudar você a fazer boas compras no dia a dia e a não perder dinheiro na hora de fechar um negócio.